Para a Natureza não conspurcar,
Não se lhe deve atufar nada,
Para que esta fique intocada,
Não a podemos sequer objectar.
Ao admirar a sua floresta,
Depara-se com desabusados,
Fascinantes e dúbios gados,
Que são a vida que manifesta.
A Natureza é um miradouro,
É algo isento e regenerante,
Sendo este um local imorredouro.
A Natureza é um mosteiro,
Um local muito concupiscente,
Quer em Agosto quer em Janeiro.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
A Natureza
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Florbela Espanca
Florbela Espanca, nasceu a 8 de Dezembro de 1894, em Vila viçosa, tendo vindo a suicidar-se em Matosinhos trinta e seis anos mais parte.
Florbela entra para a escola primária em 1899, passando a assinar Flor d’Alma da Conceição Espanca. Com apenas sete anos faz o seu primeiro poema, A Vida e a Morte. Em 1916 Florbela reúne uma selecção das suas produções poéticas de 1915, inaugurando assim o projecto Trocando Olhares, colecção de 88 poemas e 3 contos.
Em
Florbela começa logo a trabalhar num novo projecto que resultou na publicação de mais um livro, Livro de Soror Saudade, publicado em 1923.
Em 1927 publica Máscaras do Destino, dedicado a seu irmão Apeles, tendo vindo a ser esta a sua última publicação. Todas as suas obras foram caracterizadas pela sua recorrência a temas de sofrimento, de solidão, de desencanto, etc. A época em que se insere é o simbolismo. Antes do seu suicídio começara a escrever o seu Diário de Último Ano, tendo-o encerrado seis dias antes de se matar com a seguinte frase: “ … e não haver gestos novos nem palavras novas.”